sexta-feira, 29 de junho de 2018

POEMAS


Carente?

Sim, mas não no sentido lato
Sim no sentido mais profundo do termo
Carente sim mas devagar….
Carente de receber!
Carente de dar!
Dar é para mim uma obsessão.
Preciso que me deixem dar.
Dando recebo!
Sou lúcido
Dou mas recebo
Dou-me inteiramente e sem reservas
Entrego meu ser a quem me queira receber

Carente de receber
Recebo de braços abertos
De peito franco e sem mácula
Quem não sente uma carícia?
Quem não sente um sussurro?


Carente de esperar!
Esperarei por si
Por aquele sussurro
Por aquele passeio á beira-mar
Por aquela mão que me ampara
Pela contemplação do amor

Faça de mim um homem completo
Faça de mim um homem feliz
Farei de si uma Mulher completa
Farei de si uma Mulher feliz
De nossas mãos faremos uma só
Olhar o infinito, buscando-a lá

Permita-me ser carente!


João Pedro Ernesto









GERAÇÃO À RASCA

Geração do faz tu!
Vota tu
Lava tu
Paga tu
Trabalha tu

Geração do problema é teu!
Não tenho dinheiro
Problema teu
Quero a discoteca
Problema teu
Quero andar na faculdade
Problema teu
Devo dinheiro da droga
Problema teu
Telefone sem dinheiro
Problema teu
Não és banqueiro       



Problema teu

Com toda a demagogia
Que não é geracional
A sua luta do dia-a-dia
Lutam até no tribunal

Valor, só um existe
Viva o meu dinheiro
De punho em riste
Sou eu em primeiro

“Não perguntes o que Estado
  Pode fazer por ti!
  Pergunta o que tu podes
  Fazer pelo Estado “

Isso foi dito na pré-história
Por um Kota mal-educado
 Foi tamanha a sua escória
Que até foi assassinado



João Pedro Ernesto
Pós manif
14/03/2011