sexta-feira, 29 de junho de 2018

POEMAS


ABORTO

Sim!
Não!
Mas talvez!

Cambalhotas, quais malabaristas
Querem ficar bem na fotografia.
Falsos, que são estes moralistas
Querem dar lições de filosofia.

Crime?
Sim!
Não!
Mas talvez!

De consciência pesada
Dizem não e dizem sim!
Ficam de mente aliviada
Nunca vi coisa assim.

Não é Não!
Aqui e em qualquer lugar
Querem reinventar a língua
De Camões a Pessoa!
Nada têm para dar.


Sim é Sim!
É dito com convicção
De quem não quer ver
Mulheres na prisão.
Não querem ver sofrer.

Dura Lex sed Lex
Cambalhotas
Não! Mas talvez
Sem mulheres na barra
Mas feitas em palhotas

Chegou a hora de cada Português
 A sua responsabilidade assumir
Sem tibiezas, olhar para o freguês
Que tal produto vai consumir.

Ser deputado é duro eu sei,
Mas é essa a vossa missão
Impedir que digam Não!
Fazendo a competente Lei


João Pedro Valente Ernesto 06.02.2007

POEMAS


Carente?

Sim, mas não no sentido lato
Sim no sentido mais profundo do termo
Carente sim mas devagar….
Carente de receber!
Carente de dar!
Dar é para mim uma obsessão.
Preciso que me deixem dar.
Dando recebo!
Sou lúcido
Dou mas recebo
Dou-me inteiramente e sem reservas
Entrego meu ser a quem me queira receber

Carente de receber
Recebo de braços abertos
De peito franco e sem mácula
Quem não sente uma carícia?
Quem não sente um sussurro?


Carente de esperar!
Esperarei por si
Por aquele sussurro
Por aquele passeio á beira-mar
Por aquela mão que me ampara
Pela contemplação do amor

Faça de mim um homem completo
Faça de mim um homem feliz
Farei de si uma Mulher completa
Farei de si uma Mulher feliz
De nossas mãos faremos uma só
Olhar o infinito, buscando-a lá

Permita-me ser carente!


João Pedro Ernesto









GERAÇÃO À RASCA

Geração do faz tu!
Vota tu
Lava tu
Paga tu
Trabalha tu

Geração do problema é teu!
Não tenho dinheiro
Problema teu
Quero a discoteca
Problema teu
Quero andar na faculdade
Problema teu
Devo dinheiro da droga
Problema teu
Telefone sem dinheiro
Problema teu
Não és banqueiro       



Problema teu

Com toda a demagogia
Que não é geracional
A sua luta do dia-a-dia
Lutam até no tribunal

Valor, só um existe
Viva o meu dinheiro
De punho em riste
Sou eu em primeiro

“Não perguntes o que Estado
  Pode fazer por ti!
  Pergunta o que tu podes
  Fazer pelo Estado “

Isso foi dito na pré-história
Por um Kota mal-educado
 Foi tamanha a sua escória
Que até foi assassinado



João Pedro Ernesto
Pós manif
14/03/2011













quinta-feira, 28 de junho de 2018

JOÃO PEDRO

A nossa TERRA

Com lágrimas nos olhos
Falo daquela Terra
Que nos viu crescer
Onde amámos pela primeira vez
E que amor...
Ainda hoje a amo

Com lágrimas nos olhos
Falo daquela Terra
Onde roubámos mangas
Usamos fisgas para os pássaros
Comemos nas palhotas dos negros

Com lágrimas nos olhos
Falo daquela Terra
Onde os nossos amigos
Não tinham cor
Não eram nem ricos
Nem pobres
Eram nossos amigos

Com lágrimas nos olhos 
Falo daquela Terra
Onde tomamos banho nus
Naquele oceano quente
Quente de calor humano
Quente de amor 
Quente de Sol brilhante

Com lágrimas nos olhos
Falo daquela Terra
Que era nossa
Que é nossa
Que ninguém a rouba de nós
Está no nosso íntimo

Com lágrimas no olhos
Falo daquela Terra
Que nos cerca 
Todos os dias
Em sonhos lindos
Porque linda é a juventude
Que era a nossa
Sem rancores e maldades

Com Lágrimas nos olhos…..
Sonho, Sonho naquela Terra
Moçambique…Moçam….
A voz embargada de emoção

JOÃO PEDRO ERNESTO